29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC26c - Problemas de saúde, atenção e práticas tradicionais |
23076 - O PAPEL DA ETNIA COMO DETERMINANTE DA SAÚDE REPRODUTIVA, MATERNA, NEONATAL E DA CRIANÇA MENOR DE CINCO ANOS NA AMERICA LATINA E CARIBE. MARILIA - CENTRO INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE - UFPEL, MARIA CLARA RESTREPO-MENDEZ - UNIVERSITY OF BRISTOL, FERNANDO CESAR WEHRMEISTER - CENTRO INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, LEONARDO ZANINI FERREIRA - CENTRO INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, ALUISIO J D BARROS. BARROS - CENTRO INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, CESAR GOMES VICTORA - CENTRO INTERNACIONAL DE EQUIDADE EM SAÚDE, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Apresentação/Introdução Três principais grupos étnicos compõem a população na América Latina e Caribe: indígenas, afro americanos e descendentes europeus. Os países da região compartilham uma história de colonização, escravidão e migração similar que geraram desigualdades socioeconômicas históricas. Evidências de inquéritos demográficos e de saúde sugerem que importantes desigualdades étnicas persistem até hoje.
Objetivos O objetivo deste estudo é avaliar como a etnia está relacionada a desfechos em saúde reprodutiva, materna, do recém-nascido e de menores de cinco anos na América Latina e Caribe.
Metodologia Quinze países apresentaram inquéritos nacionais com informação sobre etnia e um ou mais dos seguintes desfechos: prevalência de uso de método contraceptivo moderno (CM), cobertura por quatro ou mais visitas pré-natal (VPN), atendimento ao parto por profissional especializado (APE) e ter recebido 3 doses de vacina DPT (DPT). Etnia foi categorizada como indígena, afrodescendente e população restante (referência), que não declarou afiliação étnica e, portanto, assume-se que tenham ascendência europeia ou mista. Através de regressão de Poisson, para cada desfecho foram calculadas razões de prevalência (RP) bruta e ajustadas por riqueza, educação da mulher, residência urbano/rural e região.
Resultados Em geral, indígenas se apresentaram como mais pobres, menos educados, mais rurais e tiveram menores coberturas comparados aos demais grupos. A menor RP para indígenas, comparados a categoria de referência foi observada no Equador para CM (RC=0,45; IC95%=0,37-0,54), Uruguai para VPN (RC=0,15; IC95% =0,02-0,89), e Panamá for DPT (RC=0,83; IC95%=0,72-0,95). Comparando afrodescendentes com a categoria de referência, Suriname apresentou a menor RP para CM (RC=0,68; IC95%CI=0,61-0,77), Belize e Suriname para VPN (RC=0,86; CI95%=0,77-0,96 e RC=0,86; CI95%=0,76-0,96, respectivamente) e Panamá para DPT (RC=0,84; CI95% =0,70-1,01); RP para APE foram 0,95 ou maior em todos os países.
Conclusões/Considerações A cobertura de intervenções em saúde reprodutiva, maternal, do recém-nascido e de menores de cinco anos foi menor em indígenas e intermediária em afrodescendentes. Diferenças na posição socioeconômica não explicam essa desigualdade. Políticas que promovam a igualdade, levando em consideração características culturais, estilos de vida e local de moradia dos diferentes grupos devem ser reforçadas para que iniquidades históricas sejam eliminadas.
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