27/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO27e - Perspecivas narrativas e o cuidado complexo a saúde das crianças |
25556 - DISTANÁSIA: QUANDO O PROLONGAMENTO DA VIDA DE UMA CRIANÇA PROPÕE REFLEXÕES
SARA - UFMA, ZENI CARVALHO LAMY - UFMA, TADEU DE PAULA SOUZA - UFMA, TAIANA MARA ROMA - UFMA, POLLIANA CAROLINA DA SILVA SOUZA - UFMA, MATHEUS DE SOUSA MARTINS - UFMA, CLARICE MARIA RIBEIRO DE PAULA GOMES - UFMA, MARIA EDUARDA KOSER - UFMA, NATANY SAMPAIO SANTOS DIAS - UFMA, JULIA MARINHO RODRIGUES - UFMA
Apresentação/Introdução
O século XX assistiu à ascensão da medicina tecnológica, que possibilitou lutar contra doenças fatais e prolongar a vida. Entretanto tratamentos inúteis tornaram-se frequentes produzindo distanásia - morte lenta, ansiosa e com sofrimento. Questionamentos sobre a necessidade de associação de tratamento paliativo ao tratamento curativo e quando interromper o tratamento curativo são necessários.
Objetivos
Analisar um caso de prolongamento de vida em pediatria.
Metodologia
Pesquisa qualitativa exploratória, do tipo estudo de caso, no período de dezembro de 2016 a junho de 2017. A coleta de dados foi realizada em um hospital universitário, tendo como unidade caso uma criança internada em acompanhamento de cuidados paliativos. Os participantes foram familiares e profissionais envolvidos nos cuidados. As técnicas de coleta foram história de vida tópica com familiares, entrevista semiestruturada com profissionais e observação de campo. Foi realizada análise de conteúdo na modalidade temática.
Resultados
K. R. S, 8 anos, vítima de quase afogamento com 01 ano e 6 meses. Foi reanimada e encaminhada para internação, onde ficou por sete anos e oito meses, com danos neurológicos graves e irreversíveis, em coma profundo e não responsiva desde a admissão. A internação prolongada mudou a dinâmica familiar, com impacto direto em seus pais, sofrimento e prejuízo para todos os envolvidos. Houve abandono materno e o pai se tornou residente do hospital. A família tinha dificuldades para aceitar a morte e cobravam manutenção do tratamento. A equipe revelou diversos esforços para mantê-la viva a qualquer custo, explicados por desconhecimento dos CP, religiosidade e medo de implicações jurídicas.
Conclusões/Considerações
As tomadas de decisão em fim de vida passam por dilemas que incentivam a prática da distanásia. Sofrimentos e prejuízos que envolvem esse tema fazem com que profissionais, muitas vezes assumam condutas que sentenciam o sofrimento e não a qualidade de vida de pacientes e familiares, sob seus cuidados.
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