27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO27e - Perspecivas narrativas e o cuidado complexo a saúde das crianças |
27623 - RELAÇÕES DE TRABALHO NA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO: IDENTIDADE, CONFLITOS E EMOÇÕES LUCIANA NUNES FONSECA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA(UNB) E UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)., MARIA FERNANDES GOMIDE DUTRA E SILVA - UNI-EVANGÉLICA
Apresentação/Introdução Resgatando a história da parturição humana, podemos trazer para as cenas de parto diversas categorias e ocupações como a parteira tradicional, a(o) enfermeira(o) generalista, enfermeiras(os) obstetras, e a(o) médica(o) especialista. Cada grupo com suas referências de formação, apresentam práticas diferenciadas de trabalho, muitas vezes conflitivas. O sentido desta pesquisa é o de analisá-las.
Objetivos Compreender como se dá a vivência do trabalho de profissionais de obstetrícia em Goiânia e Brasília. Em paralelo, foi refletido sobre políticas públicas brasileiras referentes a essa área de atuação, especialmente aquelas desenvolvidas desde 2011.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que remonta à perspectiva biográfica, tendo como base relatos e histórias profissionais. Essa perspectiva emerge da admissão de que a história da coletividade, seus conflitos ganham consistência por serem vividos por indivíduos. Foram realizadas entrevistas com enfermeiras(os) e médicas(os) obstetras e outros, por meio de questionário semiestruturado. Também lançamos mão de dados da Relação Anual de Informações Sociais para apresentar os perfis socioeconômicos e laborais das categorias em questão, de modo que os relatos das vivências profissionais pudessem ser tratados como elementos de mediação entre acontecimento e estrutura, indivíduo e sociedade.
Resultados Nos Centros de Parto Normal e nas Maternidades percebeu-se que há um “cuidado hospitalar” submetido às regras da organização, de gestores e às “regras de interação” com os companheiros de trabalho. Quanto ao parto em casa, percebeu-se a presença de um “cuidado domiciliar” praticado por enfermeiras(os) obstetras, ora como chefes de equipe, ora como doulas. Nesse contexto, o cuidado é mais adaptado aos desejos das parturientes. No caso das doulas, foi destacado a presença do “cuidado emocional” e a falta de voz diante de equipes hospitalares, isso caracterizou-se como um dos elementos de sobrecarga emocional
Conclusões/Considerações O trabalho da(o) profissional da enfermagem obstétrica voltado ao atendimento clínico e domiciliar, evidencia uma assistência integral pouco abrangente e voltar-se a um nicho localizado em classes sociais de maior poder aquisitivo, ainda que ofereça uma abordagem alternativa ao modelo hegemônico hospitalar. A assistência personalizada torna-se um atrativo profissional, elemento distintivo e mercadológico de concorrência com outros profissionais
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