28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO16i - LGBT III  | 
        
        
		  
					 
          				
						 23777 - PRODUÇÃO DE CUIDADOS EM UM AMBULATÓRIO DE ATENÇÃO INTEGRAL A PESSOA TRANS: O CUIDADO PRODUZIDO PELOS SABERES PSI LÚCIO COSTA GIROTTO - MESTRANDO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA, LINHA DE PESQUISA CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, CRISTIANE GONÇALVES DA SILVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, INSTITUTO SAÚDE E SOCIEDADE DEPARTAMENTO DE POLÍTICA PÚBLICAS E SAÚDE COLETIVA, SANTOS, SP, BRASIL., PEDRO PAULO GOMES PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO, DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA
					
  
					Apresentação/Introdução Os serviços ambulatoriais de atenção integral a população trans orientam-se pela portaria n° 2803 do SUS, que regulariza o processo transexualizador e estabelece o acompanhar da avaliação do diagnóstico de disforia de gênero por 2 anos, vinculado principalmente aos saberes psi. Com críticas ao diagnóstico, abrem-se negociações com normas e com outras disciplinas que ditam produções de cuidados.
  
 	Objetivos Investigar a produção de cuidados no ambulatório de assistência integral às pessoas Trans da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
  
 	Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo de perspectiva cartográfica que investe no processo dos encontros políticos na produção de cuidado. A ignição do estudo se deu na imersão do pesquisador-psicólogo, durante 6 meses do ano de 2017, no ambulatório de atenção integral a pessoa trans da UNIFESP, que tem como prerrogativa práticas despatologizadoras. A cartografia como método ajuda a pensar o pesquisar e pesquisado em atravessamentos, em efeitos que borram limites entre pesquisador e objeto, compondo a experiência do pesquisador-psicólogo analisador de possíveis cuidados e do processo de pesquisa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP (parecer nº 2.186.621).
  
 	Resultados Os atendimentos psi são individuais. Profissionais criticam o caráter compulsório e a exigência de 2 anos no acompanhamento psi e, portanto, não é voltado para avaliar aptidões à cirurgia, mas acompanhar os processos de produção de corpos em discordância com as normas de gênero. Percebe-se, para além de individualidades, sofrimentos em comum, como abandono por familiares, solidão e constrangimentos quando direitos são violados. Visto aspectos culturais que transbordam individualidades e os settings da psicologia e psiquiatria, há propostas para execução de grupos de convivência, entendidos como “acompanhamentos psicológicos” em interface com outras disciplinas em processualidades políticas.
  
 	Conclusões/Considerações Quando as práticas em saúde não se pautam em patologias, convocam saberes em seus limites e permite que cuidados sejam inventados. Abrem-se espaços para explorar a franja política que se implica no cuidado de corpos que performam existências em conflito com as normas de gênero. Portanto, “a verdade do sexo” que a psi procura em indivíduos-subjetividades se borra, recrutando outras disciplinas e em outros cuidados.
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