28/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC16e - LGBT II |
25398 - ARTE QUE CRIA ENCONTROS ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS
DANIEL FILIPE MORAES - UNIFESP, PEDRO PAULO GOMES PEREIRA - UNIFESP
Período de Realização
O Projeto Florescer Cultural ocorreu entre março e outubro de 2016 no
centro da cidade de São Paulo.
Objeto da Experiência
Artistas e militantes da causa LGBT, moradoras e funcionários da Casa
Florescer.
Objetivos
Potencializar os talentos criativos de travestis e mulheres transexuais como forma
de inventar novos trânsitos sociais; diminuir o consumo de drogas, fortalecer vínculos
comunitários e apoiar o debate acerca das identidades de gênero.
Metodologia
A partir de reuniões abertas com as moradoras, funcionários e comunidade,
foram mapeados talentos que poderiam ser fomentados. Em seguida houve um chamamento
público em redes sociais para artistas e trabalhadores das áreas mapeadas. Então foram
realizadas passeios culturais mensais e oficinas quinzenais de dança, fanzine, jardinagem,
designer de moda, fotografia, teatro, culinária e informática, já que as moradoras
reivindicaram um diário online para que elas próprias registrassem seu cotidiano.
Resultados
Foram realizadas 15 oficinas com participação média de 17 moradoras por evento.
As moradoras se articularam com os serviços de cultura da cidade, resultando no 1º Festival
Florescer Cultural no próprio equipamento, onde travestis, mulheres transexuais, refugiados,
acadêmicos, artistas e famílias plurais compartilharam este espaço. Algumas moradoras
desenvolveram a partir do teatro e da costura formas de geração de renda.
Análise Crítica
Percebeu-se então a potência da arte na invenção de saúde, então o
trabalho visou favorecer os fluxos artísticos como forma de redução de danos à saúde,
entendendo redução de danos como uma intervenção-política baseada no acolhimento,
cuidado e visão sobre as pessoas que utilizam drogas. Se estabeleceu uma escuta
radicalmente aberta, ouvindo-se até o que não se quer ouvir, só assim seria possível uma
troca efetiva no caminho da redução de danos.
Conclusões e/ou Recomendações
Maior engajamento das participantes em outros setores
da vida; engajamento na e com outras comunidades. A arte fomentou possibilidades de
renda e de resistência as moradoras que se engajaram em espaços culturais que
potencializam os processos de autonomia e emancipação dos corpos. O projeto foi
instrumento para reduzir danos e sofrimentos de resistência heterocisnormativa, além de
potencializar liberdades, afetos, cuidado e saúde.
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