28/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC19f - Atenção à saúde: câncer |
22855 - PERSPECTIVA DE GINECOLOGISTAS DE UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA SOBRE A LINHA DE CUIDADO NO CONTROLE DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO (CCU)
NOÊMIA FERNANDA SANTOS FERNANDES - IMS CAT UFBA, PATTY FIDELIS DE ALMEIDA - ISC UFF, ADRIANO MAIA DOS SANTOS - IMS CAT UFBA
Apresentação/Introdução
A dificuldade de acesso aos serviços de saúde, sobretudo os especializados, mesmo após 30 anos de SUS, sinaliza dificuldade na superação do modelo fragmentado de saúde. A fim de alcançar a integralidade, a linha de cuidado deve garantir fluxo assistencial para diagnóstico precoce e rastreamento do CCU, com a rede pautada na regionalização da oferta de serviços e cuidado centrado no usuário.
Objetivos
Discutir a perspectiva de ginecologistas sobre a linha de cuidado no controle de CCU em uma Região de Saúde.
Metodologia
Estudo qualitativo na Região de Saúde de Vitória da Conquista, Bahia. Selecionaram-se ginecologistas de quatro municípios da região, sendo: 1) município sede da Região de Saúde com 348.718 habitantes; 2) município de menor porte, com 4.456 habitantes; 3) maior município em gestão estadual, com 48.861 habitantes; e 4) maior município com comando único (excetuando a sede), com 34.121 habitantes. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com quatro ginecologistas, sendo dois deles referência para toda Região de Saúde e os demais, referências nos seus respectivos municípios.
Resultados
Acesso aos ginecologistas ocorre por meio de encaminhamentos, sobretudo, de enfermeiras, das unidades de saúde. Há insuficiência de ginecologistas de referência para a demanda da região, gerando filas de espera para consultas e procedimentos. Sentem-se isolados na rede, por não haver contato com os profissionais dos demais níveis. Recebem casos de lesões de baixo grau e percebem qualidade ruim dos encaminhamentos recebidos da APS. Perdem o contato com usuárias quando encaminham para outros pontos. Percebem que há muitas amostras insatisfatórias de exames preventivos decorrentes de rotatividade nas equipes de APS ou em decorrência dos mutirões.
Conclusões/Considerações
Revela-se um cuidado procedimento-centrado, com fragmentação da rede, que atrelados à baixa disponibilidade de serviços, acabam dificultando a garantia de direito à saúde. Ainda que haja serviço especializado na rede local/regional, a linha de cuidado pode ser potencializada com um modelo de saúde pautado na integralidade, no vínculo e acesso às tecnologias necessárias, que estejam distribuídas de acordo com a necessidade de saúde.
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