26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO22b - Trabalho e Saúde Mental 1  | 
        
        
		  
					 
          				
						 26438 - A DINÂMICA DOMINAÇÃO E LUTA DE CLASSES: VIVÊNCIAS FRENTE AO ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL E ABUSO DE FRAQUEZA NUMA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA ANDRÉA LUIZA DA SILVEIRA - UNOCHAPECO, ÁLVARO ROBERTO CRESPO MERLO - UFRGS
					
  
					Apresentação/Introdução Verificamos a dinâmica dominação e luta de classes por meio de nossa pesquisa de doutorado, que versou sobre a temporalidade e a corporeidade em processos de adoecimento de trabalhadores do setor frigorífico. Apresentamos a luta de classes, caracterizada por disputas entre trabalhadores (as) e gestores (as) referentes a condições de trabalho e saúde. 
  
 	Objetivos Assim, objetivamos relacionar traços biográficos característicos de um campo de significações constituído no campo prático que  produz vivências frente ao Assédio Moral Organizacional e ao Abuso de Fraqueza. 
  
 	Metodologia Para tanto utilizamos do método progressivo regressivo de Jean-Paul Sartre que permite ligar o contexto social e histórico da dinâmica dominação e luta - tendo como elemento norteador o processos saúde e doença desenrolado nos processos de trabalho - às vivências dos trabalhadores. Tais análises foram lastreadas, de um lado, por entrevistas narrativas com profissionais especialistas e sindicalistas, de outro lado, por entrevistas narrativas biográficas com trabalhadores (as) em processos de adoecimento pelo trabalho. Tal modelo promove a compreensão da relação entre história e biografia que tem como efeito um campo de significações que transversalizado pela experiência. 
  
 	Resultados Deste modo, identificamos o Assédio Moral Organizacional e o Abuso de Fraqueza como estratégias de gestão. Ambos são operados por trabalhadores (as) da média gerência (supervisores e encarregados) valendo-se de um campo de significações em que se destaca ser trabalhador 100%, valorizado como aquele que atinge às metas a despeito de seus próprios limites psicofísicos. O Assédio Moral Organizacional utiliza-se do controle do tempo de trabalho, isto é, jornada, ritmo e pausas para impor as metas por meio do que os (as) trabalhadores (as) chamam de pressão  respaldada pelo medo de perder o emprego, orgulho em ser o trabalhador (a) 100% e a vergonha de fracassar ao adoecer. 
  
 	Conclusões/Considerações As biografias dos entrevistados, sempre singulares, constituem-se numa temporalização ou historialização num mesmo campo de significações, atuante em processos de trabalho do setor frigorífico. Assim, identificamos um traço biográfico que compõe a experiência dos trabalhadores, qual seja, lidar como assédio e o abuso operando o campo de significações ao mesmo tempo a luta no cotidiano de trabalho.
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