27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO10f - Território e gestão  | 
        
        
		  
					 
          				
						 22997 - RELATOS E VIVÊNCIAS DO CAMPO: A SAÚDE DA FAMÍLIA EM ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA PETRÔNIO JOSÉ DE LIMA MARTELLI - UFPE, ANA CAROLINA MORAES DE TEIXEIRA VILELA DANTAS - UFPE, PAULETTE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE - CPQAM/FIOCRUZ, RONICE MARIA PEREIRA FRANCO DE SÁ - PPGSC - UFPE
					
  
					Apresentação/Introdução Historicamente as populações do campo vivem processos de exclusão e desassistência com relação à saúde. A incidência significativa de doenças negligenciadas relacionadas à pobreza, às precárias condições de trabalho, falta de acesso a terra e rede de abastecimento de água, são expressões da negligência por parte do poder público para com as famílias que vivem em áreas de acampamento e assentamentos rurais.
  
 	Objetivos Analisou-se o cuidado à saúde de famílias assentadas a partir da identificação do contexto sociocultural e econômico, das práticas de saúde desenvolvidas pelas equipes de saúde da atenção primária e relações com as necessidades do território. 
  
 	Metodologia Tratou-se de um estudo etnográfico realizado através de observação participante durante os atendimentos na Unidade de Saúde da Família - Lajes, visitas domiciliares, atendimentos nos pontos de apoio em comunidades mais distantes e sala de espera; entrevistas individuais com os profissionais das equipes de saúde e setor saúde do MST-PE; grupos focais em dois assentamentos da Reforma Agrária: Macambira/Borba e Lago Azul; registros fotográficos e em diário de campo. Foi entrevistado um total de dezessete sujeitos e a análise dos dados foi descritiva e interpretativa a partir da identificação das temáticas prevalentes, dos significados, convergências e divergências do fenômeno em questão. 
  
 	Resultados As práticas de saúde estavam relacionadas ao cuidado popular através do uso de plantas medicinais, ações de prevenção como vacinação, puericultura, acompanhamento a hipertensos e diabéticos, tratamento da água e destino do lixo. Identificou-se que fatores socioeconômicos e educacionais impactavam negativamente na saúde, enquanto a formação dos profissionais e capacidade resolutiva da Atenção Primária limitava a oferta de ações. O cuidado na lógica da clínica ampliada, o planejamento com base nos modos de vida das famílias, a gestão compartilhada e o investimento em educação permanente das equipes também foram destacados como fatores relevantes para garantia de efetividade das na APS.
  
 	Conclusões/Considerações Diante dos desafios, torna-se imprescindível o incentivo à educação permanente acerca dos modos de vida dos povos do campo, incentivo à prática interdisciplinar, garantia de transporte às equipes, fomento à organização nos assentamentos em torno da valorização das práticas tradicionais, planejamento e avaliação envolvendo equipes, setor saúde do MST e famílias visando à participação coletiva na construção do cuidado e efetivação da APS.
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