27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO21c - Processos e gestão do trabalho em saúde |
23935 - POLÍTICAS E GESTÃO DO TRABALHO EM SAÚDE: OS PROCESSOS DE MORTE E MORRER COMO INSTITUINTES À FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS SOLANNE GONÇALVES ALVES - UNICAMP, PRISCILLA HEINEN FARIAS - UFRJ, JANAÍNA SANTOS NASCIMENTO - UFRJ, MELISSA RIBEIRO TEIXEIRA - UFRJ
Apresentação/Introdução A prevenção, diagnóstico, tratamento e cura são assuntos abordados na formação técnico-científica dos profissionais de saúde. Porém, os assuntos morte e morrer são negligenciados, tendo como consequência o despreparo e a insegurança para lidar com tal situação. Questiona-se: como incluir no desenvolvimento de habilidades profissionais o cuidado integral de pacientes no processo morte e morrer?
Objetivos Analisar o processo de formação profissional no desenvolvimento de habilidades para lidar com a morte de um paciente, em cuidados no contexto hospitalar.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado num hospital universitário de uma capital da região sudeste, no período de janeiro a dezembro de 2016. A coleta foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, individuais, utilizando um roteiro com 12 questões norteadoras, relacionadas ao tema morte e morrer e aos conhecimentos adquiridos sobre esse processo. Para análise das respostas, transcreveu-se o material gravado e utilizou-se como referencial teórico a análise de conteúdo, modalidade temática. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob protocolo nº 1.637.152, realizado com consentimento de todos os participantes.
Resultados Participaram 12 profissionais de saúde com atuação mínima de seis meses com pacientes com câncer. A formação foi construída com ênfase em disciplinas que instrumentalizaram o profissional para a cura das doenças ou conservar a vida, entretanto, com pouco ou nenhum respaldo para abordar o cuidado de pessoas morrendo. Apesar disso, os participantes ressaltaram a importância de oportunizar tal vivência na formação inicial. Identificou-se que para alguns o processo de formação prossegue com as experiências vivenciadas durante a prática profissional. O tempo de experiência na área, a formação subjetiva e a troca de saberes entre os profissionais proporcionaram conhecimentos importantes em relação ao tema.
Conclusões/Considerações Tornar os temas da morte e morrer instituintes na caixa de ferramentas dos profissionais torna-se essencial para concretizar os pressupostos do cuidado integral à saúde; bem como diversificar o uso das tecnologias em saúde e o suporte do ensino-aprendizagem, por exemplo, através da Educação Permanente em Saúde: ação-reflexão dos processos de trabalho, de forma a favorecer a superação da herança reabilitadora como única estratégia de cuidado.
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