29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC2n - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais VIII |
21390 - PRÁTICAS ALIMENTARES DE PUÉRPERAS RESIDENTES EM MANGUINHOS E A RELAÇÃO COM O EXCESSO DE PESO NO PÓS-PARTO
LUCIANA NOVAES MOREIRA - ENSP, DENISE CAVALCANTE DE BARROS - ENSP, MIRIAN RIBEIRO BAIÃO - UFRJ, MARIZE BASTOS DA CUNHA - ENSP
Apresentação/Introdução
O atendimento à mulher no puerpério pode identificar situações adversas que podem interferir nas suas condições de saúde. Na assistência nutricional, o aconselhamento da prática alimentar se torna uma forma de apoio para sua saúde, além de dar oportunidade para escolhas de práticas alimentares que respeitem as suas características orgânicas, emocionais e socioculturais.
Objetivos
Identificar qual o tipo de alimentação acontece no período pós-parto e qual a sua relação com o excesso de peso em mulheres residentes em Manguinhos, atendidas em duas unidades básicas de saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo de perspectiva interpretativista e abordagem qualitativa, desenvolvido entre 2015 e 2016. A coleta resultou em 17 entrevistas com mulheres adultas que estivessem no primeiro ano pós-parto e que receberam o atendimento de pré-natal em uma das unidades básicas de saúde de Manguinhos, Rio de Janeiro. As informações coletadas foram gravadas, transcritas, classificadas e analisadas a partir de uma adaptação da análise de conteúdo temática de Bardin. A pesquisa foi aprovada pela Escola Nacional de Saúde Pública - CAAE 53114116.0.0000.5240.
Resultados
As entrevistadas tinham idade entre 20 e 44 anos. Em relação a avaliação antropométrica, medida pelo Índice de Massa Corporal, onze tinham sobrepeso e seis, obesidade. Os relatos mostraram a dificuldade na oferta e no acesso a alimentos e a influência que a alimentação pode sofrer pelos fatores culturais e simbólicos que permeiam a vida dessas mulheres. Observou-se uma predileção pelos alimentos mais calóricos e alimentos industrializados, mostrando um padrão de consumo alimentar caracterizado por produtos inadequados do ponto de vista nutricional. Os impeditivos relatados foram as dificuldades financeira e de locomoção e a falta de oportunidades para uma mudança no comportamento alimentar.
Conclusões/Considerações
O foco do cuidado nutricional deve se basear na valorização do sujeito e promoção de uma mudança comportamental desde o período da gestação. Se torna necessário uma ampliação na discussão sobre estratégias de cuidado que respeitem os significados da maternidade, permitindo a valorização dos diferentes saberes. É importante que se pense no cuidado ofertado e o reflexo que isso terá na alimentação dessa mulher para além do período gestacional.
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