28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO29q - Saúde mental de grupos específicos  | 
        
        
		  
					 
          				
						 23826 - GENOCÍDIO NEGRO E OS RISCOS DE UMA VISÃO ENCAPSULADA DA REDUÇÃO DE DANOS:  OBSERVAÇÕES NUM CAPS AD. MARCOS VINICIUS MARQUES IGNÁCIO - UERJ/INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL, RUBEN ARAUJO DE MATTOS - UERJ/INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL
					
  
					Apresentação/Introdução Sabe-se que apesar dos pretos representarem 7,52% da população brasileira, eles compreendem 27,9% dos moradores de rua, além de serem o grupo étnico que possui a maior taxa de mortalidade devido ao uso abusivo de drogas. Nesse sentido, trazemos reflexões à luz de um recorte étnico-racial num CAPSAD (cujos usuários eram na maioria negros e moradores de rua que faziam uso de drogas).
  
 	Objetivos Buscamos gerar reflexões por meio de um recorte étnico-racial, a partir da análise dos registros de um diário de campo, abordando a proposta da redução de danos e destacando os desafios encontrados no contexto de um CAPSAD do Rio de Janeiro.
  
 	Metodologia Abdias do Nascimento nos advertiu sobre as políticas brasileiras orientadas para o genocídio do negro, ao aprofundarem as desigualdades raciais que geram privilégios para uma pequena porção da população. Nesse sentido, temos uma forte vigilância policialesca sob os pretos, ou ainda vemos uma ‘valorização’ medicalizante frente às situações de saúde fortemente condicionadas pelo racismo estrutural. Deste modo, por meio da análise de um diário de campo e norteados pela perspectiva étnico-racial apontada por teóricos como Nascimento, realizamos reflexões referentes à redução de danos, acesso aos serviços, demandas recorrentes dos usuários e à violência territorial no contexto de um CAPSAD.
  
 	Resultados Pelo viés da redução de danos foi possível sustentar que os sujeitos possuíam relações singulares com a droga, entretanto eles traziam estruturalmente em seus discursos importantes condicionantes de saúde: a violência territorial (Estado e do tráfico), dificuldades nutricionais, impossibilidade de estarem em abrigos. Os usuários em sua maioria negros necessitavam a presença dos profissionais da instituição como modo de ‘’conceder’’ acesso aos demais serviços. A redução de danos possibilitou um novo olhar diante do usuário de drogas, entretanto, sem modificar os ‘’gatilhos’’  relacionados ao uso abusivo.
  
 	Conclusões/Considerações Por fim, vimos os desafios e limites de políticas de ‘redução’ de danos, quando centralizam nos dispositivos segmentados no campo da saúde. Quais estratégias governamentais são utilizadas para a redução de desigualdades raciais e  das condições de vida dos sujeitos que possuem o uso da droga perpassando a vida? A redução de danos entraria nesse circuito de manutenção das condições de desigualdades, criando estratégias individualistas para situações estruturais?
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