28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO29r - Reabilitação psicossocial e recovery  | 
        
        
		  
					 
          				
						 23070 - ASILO E EXÍLIO, DAS CASAS ASILARES IRREGULARES E A EXCLUSÃO DO VIVER JUNTOS NA SOCIEDADE: MINICÔMIOS? GUILHERME DE SOUZA MÜLLER - SES/RS, RICARDO BURG CECCIM - FACED/UFRGS
					
  
					Apresentação/Introdução No Estado do RS, expandem-se denúncias de abrigos e instituições de longa permanência, pertencentes à iniciativa privada e oferecidos em condições socioassistenciais e sanitárias irregulares. As pessoas sob atenção nessas “casas” chegam através das famílias, dos serviços de saúde ou assistência social.  São pessoas vulnerabilizadas em sofrimento psíquico, idosos, com incapacidade física etc.
  
 	Objetivos Mostrar através das falas dos moradores quem são essas pessoas e de que forma o asilamento fere os direitos humanos. Também tornar visível a diversidade da vida submetida a esse processo constante de exílio.
 
  
 	Metodologia A metodologia utilizada navegou por dois territórios. O primeiro  compreende a busca, dentro do campo formal das políticas públicas e da legislação, a identificação dos direitos humanos violados (asilamento irregular).  Já o segundo buscou compreender através da subjetividade das falas, a potência afirmativa da vida e o impacto disso sobre a coletividade (exilamento da vida). Para essa análise se utilizou como instrumento o censo clínico e psicossocial aplicado pela Secretaria Estadual da Saúde em duas casas de Cachoeira do Sul/RS denunciados pelo Estado e pelo Ministério Público. 
  
 	Resultados A partir da análise dos censos se pode perceber a intensa e brutal violação de direitos humanos. Dentre elas muitas presentes nos antigos manicômios como a perda da identidade, a perda do direito de ir e vir, todos os tipos de violências etc. As histórias de vidas demonstraram casos de abandono, internações em hospitais psiquiátricos, violências domésticas, entre outras. Se percebeu a ausência do Estado, que pouco ofertam possibilidades de conforto para pessoas vulnerabilizadas e contribuem para o aumento exponencial desse tipo de serviço. O trabalho também encontrou diversas falas de afirmação da vida e de saúde, demonstrando o quanto a vida resiste e persiste, mesmo em condições de barbárie. 
  
 	Conclusões/Considerações Mostra-se a admissão de que a vida pode ser expulsa de cena, que a diversidade humana pode ser violada e que o preconceito pode continuar gravando conceitos sobre as existências que valem a pena e aquelas que podem morrer ou sobreviver. A expectativa do trabalho é a de denunciar um problema, chamar a atenção para questões de ordem das leis e políticas, mas principalmente demonstrar o quão frágil está a vida, ameaçada e a margem para a perda e violação de direitos.
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