29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29l - Cuidado em saúde mental - família, infância e adolescência |
27561 - LINHA DE CUIDADO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – UM ESTUDO ACERCA DA NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO EM SAÚDE MENTAL ROSEMARIE - UFRGS, LUIZA DE OLIVEIRA NASCIMENTO - UFRGS, MARINA SILVA MIRANDA - UFRGS, MEIRIELEN DE SOUZA SANTOS - UFRGS
Apresentação/Introdução O atendimento em saúde mental a crianças e adolescentes requer recursos especiais, considerando suas especificidades. Assim, essa pesquisa visa conhecer os motivos que levaram à não adesão ao tratamento em saúde mental de crianças e adolescentes em dois serviços especializados de Porto Alegre/RS. O projeto foi elaborado contemplando demandas da Rede e a integração ensino-serviço.
Objetivos Problematizar o termo adesão; Mapear os pontos de atenção e percursos realizados pelos usuários; Contribuir para as diretrizes de Linhas de Cuidado em Saúde Mental da infância e da adolescência; Quantificar e compreender as situações de não adesão.
Metodologia É uma pesquisa quantitativa-qualitativa, na qual o método cartográfico é transversal às etapas. A produção de dados quantitativos foi realizada a partir do levantamento de prontuários e bancos de dados a fim de analisar os acolhimentos realizados no período de agosto/2013 a julho/2014. Foi definido quantitativamente o critério operacional de não adesão como o abandono do atendimento entre primeiro e quinto comparecimento. Tais resultados e dados foram organizados e apresentados aos serviços, afim de restituir à equipe. Na etapa qualitativa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez responsáveis por usuários, selecionados aleatoriamente.
Resultados Os resultados restituídos para os serviços que chamaram a atenção foram, no serviço A: a taxa de adesão de 76% em casos de indicação de terapia de família associada a outro tratamento em Saúde Mental (isoladamente ou associada a outra especialidade diminui para 50%), dado que denota reprodução da lógica da criança ou adolescente “problema”; no serviço B: 21% dos casos foram encaminhados pela Emergência Psiquiátrica, o que pode indicar a insuficiência de recursos para a infância, reflexo do despreparo para as situações de crise dos pacientes. As entrevistas mostraram que os motivos para a não adesão são complexos e multifatoriais, muitas evidenciaram a falha em uma coprodução do tratamento.
Conclusões/Considerações Conclui-se que o termo adesão deve ser compreendido de forma ampliada, como um processo em que a proposição do tratamento deve ser compartilhada entre usuário, responsável e profissional, integrando interesses e saberes, produzindo saúde. Assim, a adesão ao tratamento é entre quem cuida e quem é cuidado com especificidades deste público, como a importância da construção do vínculo com os responsáveis dos usuários, por exemplo.
|