27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC7b - Deficiência, práticas, políticas de cuidado |
22881 - EXPERIÊNCIAS DE PARTICIPAÇÃO DE ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA MOTORA
TATIANA VASCONCELOS DOS SANTOS - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA- IFF/FIOCRUZ, MARTHA CRISTINA NUNES MOREIRA - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA- IFF/FIOCRUZ, ROMEU GOMES - INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA- IFF/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A experiência de deficiência pode ser compreendida a partir dos significados expressos pelo corpo com deficiência em diferentes estilos performáticos. Tais apontamentos nos fazem explorar a dimensão da Participação através da sua recuperação na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e o conceito de Performance abordado pela Antropologia da Performance.
Objetivos
Identificar os significados atribuídos à deficiência através da performance; analisar as possibilidades e os limites da participação em estilos performáticos e as redes de sociabilidade estabelecidas pelos adolescentes com deficiência motora.
Metodologia
Estudo qualitativo de abordagem compreensiva com adolescentes com deficiência motora inseridos em estilos performáticos, iniciado em 2015 com previsão de término em 2019. O espaço on-line foi utilizado como meio para o recrutamento de potenciais participantes para o estudo através de um perfil da pesquisa no Facebook®. Foram realizadas entrevistas e observação participante das atividades grupais. Através do método de interpretação de sentidos extraíram-se temáticas analisadas à luz da sociologia interacionista, fenomenologia social e Antropologia da Performance. Os dados coletados durante a observação participante foram utilizados de apoio as entrevistas como forma de contextualizá-las.
Resultados
Participaram 09 adolescentes com deficiência motora inseridos no esporte com objetivo lúdico ou profissional há pelo menos dois anos. Uma análise preliminar mostrou que a performance esportiva atua como uma ação reparadora da ruptura e crise instauradas pela deficiência. Novas normas são elaboradas e o corpo com deficiência passa a ser visto como saudável e capaz. Sentimentos de pertencimento e afinidade são suscitados no grupo. Para o homem com deficiência, a inserção no esporte evoca a potência e capacidade, reafirmando valores de masculinidade. As bases de apoio atuam como um estímulo para a superação das barreiras físicas e sociais.
Conclusões/Considerações
Nos modelos emergentes de abordagem da deficiência no campo da saúde pública a participação é considerada desfecho de saúde. Ressaltar o protagonismo dos adolescentes como capazes de ressignificar a deficiência através da performance possibilita o desenvolvimento de uma linha de cuidado numa perspectiva de atenção à saúde integral desses atores, minimizando as imagens de inviabilidade e invisibilidade a eles conferidas.
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